terça-feira, 15 de janeiro de 2008

BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA POP PÓS-MODERNA.

A música existe desde os tempos em que o homem começou a se comunicar e expressar suas emoções com os demais seres de sua espécie. O que quero dizer é que: A música desde sua essência fez e faz o animal homem se construir como sujeito A ou B. O filosofo grego Platão já dizia que a música é a melhor terapia para o homem, com a música nos sentimos melhor. O homem ver na música uma maneira de compreender o que acontece no planeta ou em sua sociedade. A música para o homem, também serve de linguagem expressiva, é na música que o individuo expressa todos seus medos, seus sonhos, sua felicidade, sua tristeza, seu ódio, etc. Enfim, é na música que o humano lapida seus sentimentos. A música independente de seu estilo nos causa comoção. Alguns curtem em alto volume, outros nem tanto, uns gostam de batidas fortes, outros gostam de batidas mais sincopadas, uns gostam da música instrumental, outros das que contém letras políticas, sociais ou amorosas. Existem pessoas que gostam mais, outras que gostam menos, mas o certo é que ninguém vive sem música. Desde pequenos ouvimos música ainda no útero de nossa mãe. Há músicas para todos os fins... Música para guerra, para dormir, para a fé, para namorar, música para correr, para rir, para lembrar e música simplesmente para distrair. A música dita moda, o que comer, o que vestir, com quem andar e para onde ir. Molda socialmente civilizações e nos abre (ou fecha) os olhos para o que está acontecendo ao nosso redor. Sendo nós, sujeitos pós-modernos, ocupados com a correria exacerbada do mundo capitalista, por incrível que pareça ainda arrumamos tempo para a velha e conhecida música, independente do estilo, nacionalidade ou tempo, a música é uma boa companhia nos momentos que queremos ficar só ou quando queremos alguém do nosso lado. E como também sou humano e gosto de música, resolvi fazer uma pequena analise da história da música na época chamada “pós-moderna”, que vai de 1945 aos dias atuais. E como nasci na era pós-moderna e sofro influencia direta desses novos ritmos. Resolvi analisar os ritmos mais vibrantes como o Rock e suas derivações. Pois bem, a música classificada como pós-moderna sofreu varias alterações no que diz respeito à rítmica musical de outras épocas. Nos anos 60, por exemplo; as boates se proliferam, a cor e o néon ganham as noites e surge o ritmo “Disco”. Ao mesmo tempo surge também: The Beatles, que por sinal começam com melodias simples e letras singelas passando posteriormente (influenciados pelo uso de drogas) a letras mais agressivas e melodias mais psicodélicas. Em 15, 16 e 17 de agosto do ano1969 acontece o festival Woodstock, projetado para 50.000 pessoas o festival recebeu cerca de 400.000. Resultado: caos nas estradas, a rodovia que dava acesso a fazendo aonde foi realizado o festival ficou literalmente parada, grande parte do publico abandonou seus veículos e seguiram a pé. Com tanta gente, o numero de banheiros não supria a demanda, a maioria entrou no evento de graça, pois como os ingressos aviam se esgotados, não restou alternativa se não derrubar as cercas. Financeiramente para os organizadores, e confortavelmente para o publico, o evento foi um desastre. Mas, musicalmente o evento entrou para a história e até hoje e lembrado. Acima da música, o festival teve caráter contestador sobre a guerra do Vietnã (1965-1975), pois o publico era formado por pacifistas hippies que não concordava com a guerra. Após o festival a opinião publica resolveu protestar de maneira mais explicita e intervir nas decisões do governo americano. Na década de 60, podemos destacar alguns artistas como Elvis Presley, Bob Marley, Jimi Hendrix, Bob Dilan, Caetano Veloso, Raul Seixas, Elis Regina, Roberto Carlos, etc. A década de 70 veio repleta de psicodélica e pensamentos distorcidos pelas drogas que a cada ano era mais pesada, nessa década as drogas usadas eram na maioria ácidos como o LSD dentre outros e a conhecida maconha da década anterior. Os movimentos musicais criados em 70 foram o Punk e o Rock progressivo (mistura de guitarras com instrumentos clássicos), também podemos citar a Dance Music no cenário de popularidade musical. Com toda essa pscicodélia podemos citar como bandas referenciais Pink Floyd, Kiss, Aerosmith, etc. No Brasil surge a Tropicália, movimento musical criado para mostrar ao resto do Brasil que a musicalidade brasileira não estava restrita só no eixo Rio - São Paulo, que ao contrário do que a mídia e as gravadoras pensavam, existia música e artistas de boa qualidade em outras regiões como, por exemplo, no Nordeste representado pela Bahia. Alguns artistas da Tropicália que se destacam nos anos 70 foram Gilberto Gil, Jair Rodrigues, Tom Zé, Chico Buarque, Jorge Ben. Já nos anos 80, as musicas eletrônicas remixadas por DJs e suas pickup’s, tomava conta das pistas de dança. É também nos anos 80 que o Rock no Brasil chega ao seu auge, da derivação do Rock surge o Hard core (uma espécie de Blues mais acelerado), o Gótico, o Pós-Punk. Do Hard core surge o Metal e do Metal surge o Thrash Metal, Speed Metal, Black Metal, etc. Algumas bandas de destaque nesse período são Metallica, Queen e Red Hot Chili Peppers. No Brasil a cena musical volta para o eixo: Rio – São Paulo e Brasília. Camisa de Vênus, Capital Inicial, Os Paralamas do Sucesso, Biquíni Cavadão, Legião Urbana, Titãs e Ira ganham fama no país. A Região Sul desponta com Engenheiros do Hawaii e Nenhum de nós. A MTV surge nesse período divulgando esses novos sons e cresce, até que na década de 90 a mesma ganha mais força e se estabelece não só no mercado televisivo como também no sonoro, lança discos gravados em seus próprios estúdios. Nesta época surge o movimento Grunge, uma espécie de movimento contra cultural. As bandas de destaque desse movimento foram: Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, etc. Surgem também grupos politizados, assim como Rage Against The Machine e Sistem Of A Down, que, apesar de serem norte americamos, contestam a política de seu país. Enquanto isso no Brasil, músicos Pernambucanos cansados de não receberem o devido reconhecimento, criam um movimento parecido com a Tropicália, denominado de Mangue Beat. Sua filosofia: tirar o NE do submundo musical e produzir música de boa qualidade, interagindo com o resto do mundo, porém sem esquecer de introduzir ritmo e folclore regional. É desse movimento que saem talentos como Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e tantas outras bandas não só do estado de Pernambuco como posteriormente de todo o Nordeste, os Malungos (termo denominado aos músicos e fãs do mangue Beat) conseguiram o que décadas antes a Tropicália conseguiu, que as grandes gravadoras olhassem para as outras regiões do país. E é claro, não podemos deixar de destacar as bandas de renome dos anos 90, tais como: O Rappa, Charlie Brown Jr, Los Hermanos, Tihuana, Patu Fu e muitas outras que não consigo lembrar no momento. E por fim, analisando a música Pop atual, vejo um lado positivo, a música hoje não tem pátria, não encontra barreiras ou algo parecido que a impeça de ser executada e divulgada, ultrapassa fronteiras literalmente. Porém, vejo também uma falha em tanta liberdade. Podemos observar um efeito reverso, pois o que notamos hoje é a ridicularização da música. A mesma (para mim) caiu em grande tristeza, diria até, decepção. Pois até agora o que estávamos sentindo era uma evolução gradativa da música e seus ritmos. Na atualidade isso muda, quando o Punk Rock dá lugar ao Pop Rock e bandas com letras de caráter lúdico como Green Day, Off Spring e Blink 182 se disseminam mais e mais e tocam Rock só por tocarem, as letras não fazem mais os jovens pensarem ou agirem politicamente, se resumindo assim em frases que não dizem nada de importante e pensamentos que levam ninguém a lugar algum. Escutando bandas como as Pop Teen’s tipo: Spice Grils, Five e Backstreer boy, Rouge e Bros’z, ou as Emocore Simple plain ou NX0, os jovens perdem seu caráter contestador perante a sociedade e seus problemas. Não é preciso ser nenhum especialista para perceber que os jovens ficam as segas para os problemas que existe no seu bairro, na sua cidade, etc. Ao escutarmos estes lixos plastificados, nós mesmos, fechamos os olhos para nossos problemas reais e ficamos (nem que seja por 3mim) alienados. Mas como toda história, tudo tem seu lado bom e seu lado ruim, a época atual também é importante, pois percebemos que o Rap brasileiro é bem mais presente no nosso cotidiano. Figuras como Gabriel o Pensador, MV Bill e Racionais MC’s fizeram com que o pré-conceito existente com os Rappers, a cada dia diminua mais, o estilo Rap e Hip Hop hoje é assimilado pela mídia e começa a surgir em novelas, filmes e seriados, não mais como o bandido, mas sim, como o jovem trabalhador da periferia, jovens que são a maioria em nosso país, mas isso é outro assunto... Aonde e quando vai parar essas fusões e adaptações rítmicas não sei lhe responder, acho que só parará quando no homem não existir mais criatividade, ou seja, nunca! E Para terminar, queria deixar aqui registrado também a minha influência cultural que recebo da música de alguns grupos musicais. É amigos, eu também sou influênciado por meus ídolos, afinal, quem não é?