sábado, 31 de maio de 2008

A VIDA E SUAS PEÇAS

E como diria o poeta: “É tão estranho, os bons morrem jovens”. Nem acredito no que aconteceu, a ficha ainda não caiu. Momentos antes do infeliz acontecimento a gente tava tão alegre conversando e rindo, tu com tuas caretas e eu com minhas piadas. Era uma tarde de sábado, mas precisamente dia 24/02/08 chegou à noite e nos despedimos, algo parecido como: - Até mais tarde, valeu. Mal sabíamos que faltava pouco tempo pra que a vida te pregasse essa peça. Infelizmente não sabíamos que aquela tarde seria a ultima tarde sua aqui na Terra, o chato é que depois de dois meses sem te ver, nem deu tempo de colocarmos o assunto em dias (como toda vez a gente fazia), nem deu tempo de acamparmos ou viajar a mais uma cidade, também não deu tempo tu me contar àquela estória que me dissesse que depois contaria, muito menos deu tempo de pegar os CDs num foi? Até então eu não sabia que não tinha todo tempo do mundo como quando somos jovens pensamos ter. Você mal sabia que nunca mais escutaria tua musica preferida, que nunca mais dançaria ou beijaria a pessoa que tu queria. Tantas coisas ficaram intermináveis na tua vida: Tua toalha úmida do ultimo banho ainda estendida, esperando ser usada novamente, tuas camisas dobradas nunca mais irão te vestir, teu vidro de perfume que ia acabar, agora continua com o mesmo conteúdo. Tuas coisas que só tu mexia e não queria ninguém bisbilhotando, agora os outros (mesmo que sejam da tua família) irão mexer. A vida apronta cada uma, uma hora a gente pensa que somos indestrutíveis pelo simples fato de sermos seres humanos e termos a favor de nós o conhecimento, mas nós mesmos que pregamos a paz e salvamos vidas, conseguimos fazer a guerra, sermos intolerantes e tirar uma vida sem pensarmos em dialogar. Passamos um terço da nossa vida estudando para sermos mais inteligentes e na hora que precisamos pensar não pensamos, trabalhamos para sermos dignos e honrados, estudamos para sermos cultos e mostrar aos outros que somos capazes, mas vem a morte e nós abraça. Pena que não sabemos quando ela vem, pois se soubéssemos, terminaríamos de ler aquele livro que só lemos até a décima pagina, assistiríamos novamente aquele filme que gostamos tanto e o mais importante de tudo: Diríamos as pessoas a quem amamos por toda nossa vida, o quanto elas são importantes pra nós. Primo, Se eu soubesse que era uma despedida talvez nem tivesse me despedido, até porque não acreditaria (nem ainda acredito) que aquela tarde de sábado era a tua despedida.