sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

PASSADO PASSADO A LIMPO.

Quanto mais vivo e quanto mais o tempo passa percebo que a vida juntamente com o que chamo de acaso, conseguem ser mais loucos que eu. A menos de uma semana completei mais um ano terráqueo de existência, mais 365 dias de vida (nos dias atuais se torna cada vez mais difícil avançar mais doze meses completos). Peguei o veiculo da vida há 23 anos. Às vezes pego engarrafamentos, vez ou outra viajo só e outras vezes com alguém no banco do carona. O fato é que vou continuar viajando na estrada da vida (que nem sempre é pavimentada) até que me falte combustível. Ao olhar através do retrovisor voltei ao tubo pelicular do filme da minha vida, comecei a observar pelo retrovisor o meu passado e o que se tem passado durante minha existência aqui por este planeta. Ao olhar para o que ficou na imagem refletida do passado vi uma criança feliz, esse menino trajava shorts estampados com frutas, alguns dentes de leite faltando e uma franja. Andando mais uns quilômetros pego uma chuva forte pelo caminho e só consigo ver o pai do garoto pelo retrovisor, pois nesse momento o pai quis tomar banho na chuva e provar as novas águas de inverno. Sendo assim, a mãe do menino teve que se adaptar e aprender sozinha a dirigir tal veiculo familiar. Passaram-se dias, meses e anos, assim como também cessou a tempestade. “Zé Piqueno” sente que está faltando algo a mais para impulsionar e dá mais força a sua maquina, então o mesmo resolve abastecer enchendo o tanque de conhecimento, parte para uma cidade nova, pois nesta cidade havia vários postos. Agora já se encontrava em sua fase adolescente, fase essa que vem cercada de rebeldia e de uma busca incessante pela indiferença. Deixou o cabelo crescer e se sentia quase um adulto porque quatro ou cinco pelos apareciam no seu rosto. Depois de ter percebido que o rendimento do seu motor de seu veiculo havia melhorado significativamente, o jovem sentiu a necessidade de mais combustível do conhecimento e o preço a se pagar por tal energético foi o distanciamento de seus amigos e de sua própria família tão querida. O adolescente com 15 anos incompletos tinha que se acostumar à idéia de guiar sua própria vida e seu futuro se encontrava em suas mãos. Apesar do forte combustível, foi um rali a experiência de guiar seu futuro a partir dos 15 anos, ora, nem carteira de habilitação ele tinha! Porém, nessa competição ele encontrou alguns pilotos amigos que o ajudaram, a contra ponto também teve a infelicidade de encontrar equipes rivais e pilotos trapaceiros. Acabando o rali, o adolescente já com um pouco mais de experiência havia se tornado um rapaz, cabelo cortado, o rapaz pegou a estrada novamente, mas desta vez para uma estrada mais longe. Agora o mesmo se encontrava mais só que nunca, a não ser por algumas fotos trazidas na bagagem. Em questão de meses o jovem já é era adulto completo, decidindo por si só o melhor caminho. Sua mãe, seus tios e primos além do apoio moral lhe fornecem peças de reposição. Neste mesmo período o homem pára de olha para o seu retrovisor e começa a partir daí olhar para o caminho que está a sua frente. Pôde notar que a cada dia a via por onde passa torna-se mais perigosa e difícil. Agora o homem quer ser piloto profissional e para isso tem que competir no GP da vida com recursos próprios, sem a dependência de patrocínios. Chegou a conclusão também de que o retrovisor de seu veiculo serve para alguma outra coisa além da função de olhar para trás, e sim, também serve para o condutor fazer uma reflexão das estradas por onde andou e os diferentes tipos de paisagens que viu ao longo do caminho. Espero que Zé Piqueno nunca esqueça as pessoas e paisagens que deixou pra trás ao longo de sua tragetória e desejo-lhe mais e mais quilômetros e milhas futuras.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

INOFENSIVA OFENSIVA.

Numa destas tardes de férias quando não se tem nada pra fazer e o calor do verão está a pino torrando nosso cérebro e acabando com o resto de nossas idéias, nos fazendo pensar em não estarmos em outros locais se não alguma praia, piscina ou cachoeira se refrescando. Pra variar comecei a pensar em outra coisa além de férias e lazer. Sendo assim pensei em um objeto conhecidíssimo de todos nós e imaginei como seria a nossa vida sem o mesmo. Pois conclui que esse objeto atrapalha mais que ajuda. O pior de tudo é que nos acostumamos tanto com o referido sujeito que se torna quase impossível de imaginar nosso dia-a-dia sem ele. Esse objeto se chama Sacola Plástica, é amigo (a), você deve está se perguntando – Tanto arrudeio pra se referir a uma sacola plástica! e o que danado tenho haver com isso? – Pois é, arrudiei tudo isso pra te falar de uma simples e inofensiva sacola plástica. Entretanto, esta sacola não se torna tão simples e inofensiva o quanto aparenta ser, ao se juntar as demais de sua “espécie” se torna um caos para a sociedade e um perigo para o planeta. Cada habitante do planeta Terra produz o equivalente a 19kg de sacolas plásticas por ano. A mesma sacola plástica que colocamos em nossas casas após as compras pode causar um mal imenso se não forem usadas corretamente. Não nos resta duvida que as sacolas sirvam para muitas coisas como colocar lixo, papel higiênico usado, etc. Porém em contra partida, sacolas plásticas quando jogadas na rua servem para entupir galerias e bueiros, a conseqüência desses entupimentos não só grandes cidades como São Paulo (que tem 80% da sua superfície revestida de concreto) como também cidades pequenas sofrem com esse tipo de poluição e sabem muito bem as conseqüências. As águas sem alternativa de passagem alagam nossas ruas e adentram nossas casas. Mesmos as sacolas que vão parar nos lixões ou aterros sanitários são um problema, pois são milhões de sacolas em cada lixão e com um contingente tão alto de sacolas junto da ação dos ventos, várias sacolas vão parar em pastos de terrenos visinhos (tendo em vista que a maioria dos lixões urbanos se encontra nas zonas rurais). O problema acarretado com tantas sacolas voando pelo campo é alarmante, pois os rebanhos (bovinos e/ou caprinos) ingerem o objeto e vão a óbito, gerando assim uma perda financeira para o proprietário do rebanho. Sem contar que tais sacolas representam 10% de todo o lixo produzido no mundo. O caso é tão grave que até nos campos se sente na pele e no bolso o efeito dessa praga. Todo ano são registrados casos aonde crianças menores de quatro anos chegam a faleceram através da asfiquixia causada por estas sacolas. Portanto, foi analisando o lado bom e ruim desse objeto que comecei a me perguntar: Será que precisamos mesmo de tais sacolas? Quem se responsabiliza pelo o caos que elas nos causa, as fabricas ou nós que utilizamos mais e mais dessas sacolas a cada dia? Será que estas sacolas são um mal necessário ou podemos viver sem as utilizá-las? Sei também que não posso negar o fato de Já termos nos acostumamos com elas e não podermos viver nosso dia-a-dia sem estas. Quero propor (começando por nos mesmos) ao menos uma redução gradativa. Está redução consiste, por exemplo, em voltarmos a utilizar sacolas mais resistentes como as sacolas de náilon, assim, toda vez que fossemos as compras usaríamos a mesma sacola e também não podemos esquecer-nos de reutilizar ao maximo as sacolas plásticas, nunca jogá-las nas ruas e sarjetas. Creio que se cada um fizer sua parte reduziríamos em um numero significante estas sacolas, que por sinal levam dois segundos para serem fabricadas e quatrocentos anos para serem decompostas! Ao reduzimos seu uso conseqüentemente as fabricas destas sacolas iriam fabricar menos unidades e economizaríamos uma considerável quantidade de petróleo, e assim, melhoraríamos nossa qualidade de vida. Quem diria que sacolas plásticas tão comuns em nossas vidas causassem tanto transtorno em nossa sociedade.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

BREVE HISTÓRIA DA ARTE PÓS-MODERNA.

A questão não é o que venha a ser arte e sim o que entendemos como arte. Essa denominação cada vez mais se torna impossível classificar. Pois sabemos que assim como a cultura, arte é toda e qualquer expressão sentimental, ou seja, há arte em toda manifestação cultural e a cultura em toda manifestação artística, as duas estão ligadas e isso é fato. Esta arte (assim como a cultura) pode ser classificada como “Erudita” ou “Popular”. Dependendo do ponto de vista de onde e quem a estuda. A arte (independente de sua forma, sejam ela; arte plástica como pinturas e esculturas ou peças teatrais, musicas, decoração, moda, etc.) sempre é analisada a partir do ponto de vista do estudioso que se encontra em campo fazendo tal pesquisa e do grupo humano que a realiza, que a executa. Quando partimos do ponto de vista que as artes sejam formas humanas de expressão, se torna subjetiva toda e qual vertente artística. Se já é difícil para os críticos e estudiosos do assunto imaginem para quem não se interessa ou nunca parou pra pensar no que venha a ser arte. Certo dia pensando no que viria a ser arte (do meu ponto de vista) contemporânea, resolvi escrever um pequeno artigo tentando explicar o que eu acho que venha a ser arte pós-moderna. E fiz mais, tentei também passear pelas ultimas décadas e não explicar, mas relatar as várias faces da arte. Como no artigo a baixo já analisei a música, não falarei de música e como tal pouco teatro é a minha área, não adentrarei no assunto. Focarei-me mais na influencia das artes para com os movimentos sociais e as formas de arte no campo da pintura, esculturas, moda e decoração. Pois bem, sem mais delongas. Vejo a arte na década de 50 como o inicio da arte contemporânea, foi no pós-guerra que surge a arte pós-moderna a fim de “maquiar” e tentar esquecer todo o passado (não tão distante) obscuro da guerra, tão obscuro quanto à idade media. No pós-guerra a crise na Europa se torna terrível, a arte a principio se infecta com tal lastima e reproduz a melancolia. A arte se inspira em instrumentos de guerra, surgem carros inspirados em aviões e submarinos, um bom exemplo disso são os carros da linha rabo de peixe. Sendo a arte uma simplificadora dos sentimentos humanos, cansou-se de refletir miséria e como na década de 60 o homem queria esquecer a miséria da guerra, a arte partiu para inspirações mais leves. Como na década de 60, o que estava na moda era a corrida espacial, a arte se apropria do tema e se funda em formas alusivas a foguetes espaciais. Em relação à vestimenta, podemos observar o figurino hippie, tais vestimentas não exigiam muita sofisticação. Estavam na moda estampas floridas e tecidos confortáveis. O que fazia da vestimenta hippie algo descontraído e de paz e amor, contra o monopólio das grandes indústrias. Nesta mesma década de 60 surge também um movimento denominado de “Contracultura”. Este movimento dos jovens europeus e americanos consistia em negar tudo que a moda e a sociedade tinham como padrão. A contracultura ia desde música e moda até chegar a um patamar agressivo comportamental. Na contracultura podemos observar a intolerância para com os demais indivíduos que não compartilhavam dos mesmos ideais dos jovens participantes da contracultura, ou seja, tudo que era tido como comportamento estereotipado normal era excluído pela contracultura, mesmo que fosse preciso usar de violência para obter tal exclusão. A partir de 1970 entra no cenário mundial uma forma de arte nova que veio a se chamar de “Pop Art”. A pop art começou a transformar objetos de tamanho normais em gigantescos e de cores intensas. Além do fato de defender a união da vida e da arte, ou seja, para a pop art, a arte imita a vida e vice e versa. Como maneira de expressão tal pensamento filosófico a pop arte usou recursos como quadrinhos, TV, pintura, música, etc. Nas esculturas usaram-se colagens tridimensionais. Um fato interessante é que a pop arte não só se apropria de mitos como também cria vários outros, um exemplo de alguns destes mitos são a Coca Cola, Marilyn Moroe, Elvis Presley e tantas outras pessoas e produtos. Nessa época alguns movimentos sociais são criados, tais como o movimento estudantil, a revolução sexual vem junto com o movimento feminista que ganha mais força nesse período, o próprio movimento hippie ganha mais adeptos e o que podemos ver é que todos estes movimentos criados vão de contra partida a o governo opressor e seus magnatas totalitaristas. A década de 70 é vista mais que qualquer década como a luta dos pequenos grupos contra o absolutismo político-economico que até então assolava as sociedades. Avançando para a década de 80 podemos citar uma importância visível no que diz respeito a nova técnica “Minimalista”, que tem como tendência o uso de poucas cores e figuras geométricas simples. Nas esculturas, os materiais usados são a fibra de vidro, o plástico e o metal e na musica, o minimalismo usa poucas notas e arranjos simples. Entrando nos anos 90 temos um estilo de vida muito peculiar entre os jovens de Seatle, o chamado estilo “Grunge”. O jovem grunge adotava um estilo (em relação a moda) de contracultura. Usavam (usam) sapatos sujos, calças desbotadas e rasgadas, camisas de flanela xadrez, cabelos despenteados e barba por fazer, todas as roupas de um jovem grunge são compradas preferencialmente em brechós, que são lojas de roupas usadas. No que se refere à pintura é nos anos 90 que surge uma nova técnica de pintura corporal chamada de “Body Art”, onde o humano se torna a moldura da obra. Dois exemplos bons de body art são as esculturas vivas (homens robôs ou homens anjos, que se apresentam em várias praças das grandes cidades) e a conhecida “Globelesa” que se torna uma tela viva após a super produção. Praticamente no mesmo período da body art surge também o “Fotorealismo” que consiste em detalhar ao maximo esculturas e pinturas (em paredes ou no chão) de forma que pareçam com fotografias. Já no final da década de 90 a “Street Art” toma conta da paisagem urbana. Inspirada no Hip Hop, sendo a principal forma de espressividade de tal arte os Graffitis em muros ou em camisetas. Este ultimo estilo a que mim refiro é mais urbano e contemporâneo que qualquer outro já citado, o estilo street art passa bem o que vem a ser o homem moderno e sua maneira de pensar, agir e vestir. E finalmente chegamos aos dias atuais (ou na contemporaneidade se preferir). Quero deixar bem claro o enfoque que darei as exposições artísticas contemporâneas. Nas exposições de hoje o publico é incentivado a interagir com a obra exposta como tocar o instrumento exposto ou mudar peças de lugar para o outro, dando assim outro formato geométrico e de sentido à obra. Quase não se ver mais molduras ou quadros, o que se vê mais são obras feitas de objetos comuns montados de maneira subjetiva, desse modo o visitante pode dar o significado que quiser a obra que visita. Tais artes são confeccionadas com matéria barata, ou seja, só era considerado arte no século XVIII objetos caríssimos. Com a chegada da chamada era pós-moderna o conceito de arte muda e materiais não tão caros se tornam verdadeiras obras de arte, é o caso de matérias comuns como pedras, madeira, etc. Ao longo dos séculos vimos uma mudança considerável ao que venha a ser chamado de arte. Boudaler certa vez disse que no século XVIII a arte se submetia aos padrões da igreja católica, ou seja, grandes artistas eram patrocinados pela igreja, e tinham que exclusivamente servirem aos interesses clericais, isso muda no século XIX quando o artista expressa sua visão, o seu ponto de vista das coisas e do século XX em diante o artista começa a problematizar a obra e trazendo a realidade social para sua criação. No século XXI continua a idéia de que a arte não só tem seu caráter belo como também pode apresentar uma critica social em suas entrelinhas.