quarta-feira, 1 de agosto de 2007

INQUIETAÇÃO

0:30 hr, de mais uma madrugada de algum dia de semana normal, onde estou em férias na minha cidade natal, foi mais um dia comum de mais umas férias monótonas da universidade (queria eu que fosse férias de um emprego, conseguir emprego tá difícil enquanto mais férias de emprego!) Porém não tenho o que reclamar, afinal, faço parte de um grupo onde somos privilegiados por estarmos cursando o antigo terceiro grau, hoje denominado de curso superior. Em um país onde menos de um terço da população tem acesso a esse tipo de ensino e menos gente ainda a este ensino gratuito. Pois bem, estou aqui em minhas inquietações... A quem chame esse meu comportamento de insano, alguns amigos dizem que agir assim é coisa de quem não tem o que fazer, que seja, classifiquem da maneira que bem entenderem, por exemplo, na Tanzânia, país da África oriental que provavelmente você que está lendo este artigo nunca ouviu falar! Lá o pai de família tem que pagar 60 dólares anuais para o governo por cada filho seu na escola, ou seja, o ensino naquele país tido como publico na verdade é pago, o pai tem a obrigação de colocar todos seus filhos na escola e caso não pague a educação de seus filhos para o governo, é detido e levado para a prisão, em um país onde a média da renda familiar é de 300 dólares anuais e onde se tem um numero elevado de filhos por família (o que acontece na grande maioria dos paises de terceiro mundo) Fica quase impossível colocar todos os filhos na escola, e com a agricultura de subsistência predominante na economia, o patriarca indo preso como a família sobrevive em um solo árido com a existência de poucos nutrientes e quase nenhum período chuvoso. Mas você estar ocupado (a) demais para querer saber disto, ocupado (a) demais assistindo realitys shows e programas dominicais fúteis. Enquanto isso no Brasil alguns críticos falam que os programas governamentais para que se combata a evasão escolar, como a Bolsa Família, Vale Gás, Vale Leite, Fome Zero, etc. – É uma esmola, dizem os críticos, discordo, pois o que vemos é uma real adesão de alunos nas escolas, sei que a política de aprovação escolar brasileira é falha, mas isso é assunto para outro artigo. Voltando ao assunto da educação na Tanzânia, acho que você estar se perguntando; - Por que o governo desse país não cria a principio programas agrários de subsídios à agricultura? Já que o país é agrário e com uma agricultura de subsistência os impostos arrecadados para o governo local investir no social do país são insignificantes, como esses fatores não bastassem, existe ainda a divida externa, onde o governo tem que pagar 60% de seu PIB (Produto Interno Bruto) ao BM (Banco Mundial) Várias ONGs (Organizações Não Governamentais) e algumas personalidades defendem o perdão da divida externa dos paises pobres, pois os juros que esses paises pobres já pagaram daria para pagar dez vezes o dinheiro tomado emprestado. Por questões políticas não temos este perdão da divida, este ato forma uma bola de neve que vemos sem tamanho crescer a cada dia, onde cada vez os muitos que tem pouco ficam com menos ainda e os poucos quem tem muito ficam com mais ainda. Se algumas pessoas acham loucura eu pensar nestes assuntos que quase ninguém se dá ao trabalho de pensar, então, que eu seja louco até o fim dos meus dias.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

NÃO CONFUNDAM ANTI-HERÓI COM VILÃO.

HERÓI É MEDITAÇÃO
ANTI-HERÓI É INQUIETAÇÃO
HERÓI É LÁPIS PILOTO
ANTI-HERÓI É GIZ
HERÓI É LIVRO
ANTI-HERÓI É XEROX
HERÓI É MATÉRIA
ANTI-HERÓI É ANTI-MATÉRIA
HERÓI É INTELIGÊNCIA
ANTI-HERÓI É EMOÇÃO
HERÓI É CALTELA
ANTI-HERÓI É AÇÃO
HERÓI É LÓGICA
ANTI-HERÓI É TENTAÇÃO
HERÓI É PERFEIÇÃO
ANTI-HERÓI É HISTÓRIA
HERÓI É DOIS MAIS DOIS
ANTI-HERÓI É TRÊS MAIS UM
HERÓIS SÃO FOGO E ÁGUAS
ANTI-HERÓIS SÃO ÁGUA E FOGO
HERÓI É RELÓGIO
ANTI-HERÓI É BUSSOLA
HERÓI É VISÃO INFRA-VERMELHO
ANTI-HEROI SÃO ÓCULOS
HERÓ É O REALISTA
ANTI-HEROI É DOM QUIXOTE
HERÓI É EXERCITO
ANTI-HERÓI É GUERRILHA
HERÓI É A RAINHA
ANTI HERÓI SÃO OS SULDITOS
HERÓI É SAPATO
ANTI-HERÓI É O PÉ NO CHÃO
HERÓI É AGIR
ANTI-HERÓI É SONHAR HERÓI É “SONHE COM OS ANJOS”
ANTI-HERÓI É INSONIA
HERÓIS SÃO ELES E ELAS
ANTI-HERÓIS SOMOS VOCÊ E EU!

* E COMO DIRIA O POETA:
- INFELIZ DA PÁTRIA QUE PRECISA DE HERÓIS.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O uso do cinema nas novas linguagens no ensino de história em sala de aula

O ensino de história a partir da escola dos Annales, em todo o mundo sofreu consideráveis mudanças no que tange os quesitos pesquisa e ensino em história. Antes do surgimento dos annales a história era vista de forma positivista, com apenas uma verdade absoluta, “verdade” está que dava ênfase única e exclusivamente aos “grandes” heróis da história. A escola dos Annales veio para quebrar tal conceito e em 1929 começa com Marc bloch e Lucien Febvre a mudar esse quadro. A revista dos Annales veio consolidar o que a algum tempo se criticava, a importância de verdade que se dava ao documento estatal, hoje sabemos que tais documentos podiam muito bem ser forjados ou coisa do gênero, os annales vieram para criticar e derrubar a teoria de que só estes documentos feito pelo estado seria a única verdade. Os teóricos dos annales perceberam que havia muitas outras fontes históricas a serem estudadas, fontes essas que na maioria das vezes eram “esquecidas” de maneira proposital. Perceberam que nessas fontes estavam contidos outras verdades que precisavam ser trabalhadas e pesquisadas, “verdades” essas que por sinal nunca antes haviam sido estudadas. Inúmeras fontes podem ser estudadas através do que denominamos de “Nova História”, desde fontes orais, cartas amorosas, gravações de áudio e/ou vídeo, mapas, os próprios documentos oficiais, literatura de cordel, quadrinhos, pinturas, arquitetura, vestimentas, danças, musicas, vida privada, sexualidade, cinema e muitas outras fontes existentes, realmente há uma infinidade de fontes para que o pesquisador tenha subsídios para realizar um bom projeto ou trabalho. A partir do momento que o pesquisador se identifica com as tendências da nova história abre-se um leque de oportunidades para que o mesmo se depare com inúmeras verdades dentro de uma mesma abordagem, dentro de um mesmo recorte temporal. Sabendo da importância que cada fonte dessas citadas a cima tem na nova pesquisa histórica, resolvi fazer uma abordagem mais minuciosa com a linguagem cinematográfica abordada em sala de aula (seja no ensino fundamental ou médio). Podemos perceber que este século é o século “visual’, onde o que importa é a aparência, um exemplo disso é alguma espécie de produto que passa em algumas propagandas comerciais na TV ou cinema, aparentemente ao passar na propaganda o produto aparenta ser mais saboroso e atraente que “ao vivo” quando nos deslocamos de nossas casas para comprá-lo no supermercado. Para isso denominamos o nome de “sociedade de consumo”, se antes a intenção era o poder do conhecimento, hoje na pós-modernidade o que podemos notar é que detem o poder não mais quem tem o conhecimento cientifico e sim quem possui mais capital, mais monetário para a aquisição de produtos fetichistas. Com o cinema essa sociedade de consumo não poderia ser diferente, pois o capitalismo se apropria de quase tudo, nem a “sétima arte” escapou desse capitalismo selvagem. O sistema capitalista se apropria do cinema quase que desde sempre, pois como o capitalismo tem como grande aliado o fetichismo da imagem e imagem e cinema estão intrinsecamente ligados, a coisa flui como uma bola de nele. É preciso se ter bastante cuidado ao trabalhar produções cinematográficas na sala de aula, pois sabemos que o alunado toma a película assistida como verdade, é natural, inclusive ao grande fascínio que o cinema causa. Ao assistirmos um filme ou documentário nos tele transportamos para a situação exibida na tela, ou seja, tomamos aquela situação que estamos a assistir em uma verdade, na maioria das vezes não nos importamos em criticar tais cenas. Não podemos exibir qualquer produção cinematográfica para os nossos alunos, devemos antes de tudo assistir e analisarmos o conteúdo do VHS ou DVD, não devemos nunca assistir ao mesmo momento que o alunado. O melhor a fazer é antes da exibição em sala, o conteúdo do filme já tenha sido problematizado em sala de aula através do livro didático, pais o livro didático também torna-se um subsidio de suma importância para a analise comparacional das duas linguagens, das duas fontes. Mais uma vez vele salientar que, nenhuma das duas linguagens (livro ou filme) está com a verdade, mas sim, cada um tem uma maneira deliberativa de pensamento para o mesmo recorte temporal histórico, por exemplo, um livro didático em algum capitulo das missões jesuíticas não necessariamente um filme falará e abordará o tema da mesma forma que está exposta no didático, até porque são dois autores diferentes, com experiências de vida diferentes e etc. Não podemos esquecer de modo algum as divergências que existem entre filmes de um mesmo assunto, o fato de se tratar do mesmo tema não quer dizer que a abordagem nos dois (filmes) será igual, até porque como já se foi dito, os autores são outros e não a mesma pessoa. A abordagem de cada época depende muito de fatores como: quando foi produzida? Por quem foi produzido? Para quem (publico) foi feito?... Um ponto que necessitamos dá ênfase é o “funilamento” de filmes a serem passados para a classe, não é qualquer filme que pode ser reproduzido em sala, condeno os filmes comerciais (a maioria se encontra nessa classificação), em tais filmes não há alguma preocupação com a questão anacrônica abordada na “obra”, pois o interesse maior é o lucro, enchem o filme de efeito para encantar nossos alhos e esquecem o enredo, da principal função do cinema que é narrar a estória a ser contada, por esse motivo não devemos passar filmes dessa classificação, já que como sabemos nossos alunos ainda sem uma visão histórico-critica mais apurada mais uma vez tem a produção cinematográfica como verdade, quebrando assim consequentemente o nosso trabalho de todo o ano. Vale salientar que filme é uma coisa e documentária é outra coisa totalmente diferente. No filme quer queira quer não, analisamos de forma mais critica, pois infelizmente já estamos acostumados com muita produção ruim que aparece a cada mês, assim fica bem mais fácil de ter aquela visão critica apurada, porém, quando se trata de documentários, nós mesmos caímos na armadinha de alguns documentários “não sérios”. Aprendemos ao longo de nossas vidas que “todo” documentário é sério e tem o caráter de verdade (mesmo que não absoluta, mas verdade) e esquecemos de que também existe vários documentários de inúmeros assuntos que não merecem nossa credibilidade e sim merecem nosso censo apurado de critica. Na maioria das vezes caímos no paradoxo de que todo documentário tem um paradigma a ser zelado, ledo engano, tanto quanto as produções cinematográficas, os documentários também são passivos de analises, analises essas que já foram abordadas nesse artigo: quando foi produzido? Por quem foi produzido? Para quem (publico) foi feito?... Já se foi falado da importância das novas linguagens históricas, dando ênfase maior a produções cinematográficas e documentários, as várias “armadinhas” que as más produções espalham pela floresta da critica, as pegadinhas anacrônicas que o mau palhaço do cinema prega em nós educadores, etc. Chegamos a conclusão de que é preciso (e muito) está tento com o que iremos trabalhar em sala de aula com nossos alunos, o cinema é importante sim para o aprendizado, isso sem sombras de duvidas, mas o cinema “educativo” e não o cinema “alienativo”. A ponte entre o filme bom e mal é estreita e frágil, devemos prestar muita atenção e ter bastante cuidado no que toamos como referencia no que se refere as novas linguagens pedagógicas de ensino em história. REFERENCIA: NOVA, Cristiane: O Cinema e o Conhecimento da História, Revista de História Nº 3